Retorno Social

01. Erradicação da pobreza
02. Fome zero e agricultura sustentável
03. Saúde e bem-estar
04. Educação de qualidade
05. Igualdade de gênero
06. Água limpa e saneamento
07. Energia limpa e acessível
08. Trabalho de decente e crescimento econômico
09. Inovação infraestrutura
10. Redução das desigualdades
11. Cidades e comunidades sustentáveis
12. Consumo e produção responsáveis
13. Ação contra a mudança global do clima
14. Vida na água
15. Vida terrestre
16. Paz, justiça e instituições eficazes
17. Parcerias e meios de implementação

No período de 2018 a 2021
A cada R$ 1,00 investido na APTA,
o retorno foi de R$ 16,23 para a sociedade

Resultado do investimento de R$ 1,23 bilhão e análise de 59 tecnologias
Totalizando R$ 19,90 bilhões de retorno social

Os investimentos em pesquisa são portadores de realidade próspera e futuro promissor na construção do desenvolvimento sustentável. O posicionamento da agropecuária paulista, sua agroindústria e seus negócios nacionais e internacionais é pautado pela persistência e êxito das atividades de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) lideradas pelos seis Institutos de pesquisa e os 18 Polos regionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em interação com a academia, a iniciativa privada, as representações sociais e os governos municipais, estaduais e federal.

No período de 2018 a 2021 a APTA investiu em suas atividades R$ 1,23 bilhão, contabilizado a partir de diferentes origens e aplicações. O Tesouro do Estado de São Paulo foi origem de 68% desse total em um montante de R$ 831,12 milhões. A remuneração dos servidores representou 88% dos recursos do Tesouro (R$ 728,56 milhões) e em torno de 60% do total de investimentos.

Esse importante componente orçamentário, durante o período aqui relacionado, sofreu retração de 7% associada à redução de 22% no quadro de pessoal da APTA, considerando R$ 191,76 milhões e 1.627 servidores no início do ano 2018 e, R$ 177,61 milhões para 1.273 servidores ao final de 2021, dentre eles apenas 482 pesquisadores, sendo 30% em ciclo de aposentadoria. O quadro atual mantém condições já relatadas em edições anteriores do Balanço Social da APTA e evidencia a descontinuidade de programas de pesquisa e o estreitamento das possibilidades de contribuir com a dinâmica futura de desenvolvimento do território paulista e brasileiro (Figura 1).

Figura 1 Investimento Tesouro: pessoal e encargos, 2018 a 2021

Fonte: SIGEO (2022)

Além da remuneração dos servidores, a fonte Tesouro agrupou, no período, o total R$ 51,69 milhões para as despesas correntes, o custeio das atividades, assim como R$ 50,88 milhões em investimentos concentrados, especialmente, no ano de 2021 e em ações de modernização da infraestrutura que se estenderão para o ano de 2022.

A soma dos investimentos também contou com a captação de recursos financeiros a partir da prestação de serviços, oferta de produtos e desenvolvimento de projetos de pesquisa em parceria com a iniciativa privada. Essa fonte de recursos representou 24% do total de investimentos realizados pela APTA, somando R$ 289,60 milhões para o período 2018 a 2021.

Nesse recorte orçamentário a origem dos recursos está vinculada aos fundos especiais de despesas alimentados pelas unidades de pesquisa da APTA com R$ 37,72 milhões aplicados no período (Figura 2). A captação de recursos privados também ocorre por meio da participação de intervenientes na figura das fundações de desenvolvimento. A partir dessa modalidade foram aplicados R$ 251,84 milhões, que somados aos recursos dos fundos especiais de despesas permitiram atender às demandas dos diferentes segmentos de produção do agronegócio paulista e brasileiro, a exemplo da realização de 1,7 milhões de análises laboratoriais e a oferta de 22 milhões de doses de imunobiológicos, 997 toneladas de sementes básicas e 1.493 bovinos reprodutores. Além disso, tem destaque a manutenção da infraestrutura de pesquisa, inclusive reforçando as equipes técnicas com a contratação 308 profissionais e o cumprimento de projetos de pesquisas com seus resultados traduzidos em 181 entregas tecnológicas.

Figura 2 Investimento: captação iniciativa privada, 2018 a 2021

Fonte: SIGEO (2022) e DGE (2022)

O acesso ao concorrido ambiente de fomento à pesquisa também constitui uma importante fonte de investimento para as atividades da APTA. No período foram captados R$ 105,30 milhões junto às fundações públicas de apoio à pesquisa, que representaram em torno de 9% do total de investimentos. A principal fonte dessa origem de recursos foi a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) com pouco mais de R$ 69 milhões destinados aos projetos de pesquisa sediados nos Institutos e Polos de pesquisa da APTA. Esse total representou 66% da captação de investimentos em fomento a C,T&I, em ações com destaque para os Planos de Desenvolvimento Institucional de Pesquisa (PDIP) iniciados em 2018 e em fase de conclusão da execução, além dos Núcleo de Pesquisa Orientada a Problemas (NPOPs), Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCD-SP) e os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CPDID), pautados na solução de problemas presentes em diferentes atividades socioeconômicas e na interação entre pesquisa e iniciativa privada.

O restante dos recursos foi mobilizado a partir de órgãos federais, a exemplo, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Cabe destacar que os recursos financeiros com origem nas organizações de fomento à pesquisa são de grande importância no apoio à manutenção e expansão da infraestrutura e custeio da pesquisa, além do apoio às atividades de formação científica, tecnológica e profissional, contribuindo para atividades promovidas pelos cinco programas de pós-graduação mantidos pelas unidades da APTA que, no período de 2018 a 2021, titularam 357 mestres, 45 doutores e 11 pós-doutorados, bem como 550 bolsas de iniciação científica (PIBIC) e 84 bolsas em desenvolvimento tecnológico e inovação (PIBITI) e, de aproximadamente 224 mil pessoas treinadas nos cursos oferecidos em diversas áreas do conhecimento.

As diferentes fontes de origem de recursos constituíram o montante de R$ 1,23 bilhão aplicados nas atividades da APTA no período de 2018 a 2021 (Tabela 1). Esse total, acumulado em quatro anos, representa apenas 1% do valor da produção agropecuária paulista (VPA) de 2021 ou 1,31% dos valores exportados pelo agronegócio paulista, no mesmo ano de 2021. Por outro lado, as realizações traduzidas em tecnologias adotadas expressam as contribuições para a sociedade no conjunto de conhecimentos aplicados e portadores de desenvolvimento socioeconômico e socioambiental.

Tabela 1 Investimentos APTA por fonte de recursos, 2018 a 2021

Fonte: SIGEO (2022) e DGE (2022)

A avaliação das contribuições das tecnologias APTA foi conduzida a partir da seleção e análise dos desdobramentos econômicos, sociais e ambientais de 59 tecnologias desenvolvidas e adotadas pelos produtores e demais segmentos das cadeias agroindustriais em território paulista e nacional. Esse exercício guiado por estrutura de análise apresentada na nota metodológica, aqui colocada, resultou no retorno social de R$ 19,90 bilhões (Tabela 2). Os impactos sociais foram considerados fortes em 85% das tecnologias selecionadas e em 66% os impactos ambientais também são fortes. Os resultados mostram o cumprimento das missões institucionais e o comprometimento dos nossos colaboradores e parceiros com a pesquisa agropecuária como portadora de contribuições relevantes para desenvolvimento da sociedade paulista e brasileira.

Tabela 2 Tecnologias APTA analisadas no período 2018 a 2021

Nota Metodológica

A quarta edição do Balanço Social da APTA, assim como as anteriores, tomou como referência a proposta metodológica de Avila, Rodrigues e Vedovoto (2008)1 que preconiza um modelo de avaliação multidimensional dos impactos de inovações tecnológicas agropecuárias. Esse modelo considera aspectos econômicos, sociais e ambientais e foi desenvolvido e aplicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

O método do excedente econômico apoiou a mensuração dos benefícios econômicos gerado pela adoção das tecnologias, comparando a situação tecnológica anterior à atual inovada a partir de tecnologias da APTA. Para tanto, foram observados os benefícios que podem ser medidos por meio dos incrementos de renda em diferentes etapas da produção agroindustrial, considerando os ganhos em produtividade, a redução de custos, a expansão da produção e a agregação de valor.

Nesse processo, as tecnologias associadas a outras inovações, como são caracterizados os sistemas de produção agropecuários, foram tratadas a fim de estimar a participação da APTA, por meio das taxas de adoção expressas em hectares, toneladas, cabeças e outras unidades. O cálculo dos benefícios econômicos das tecnologias avaliadas em conjunto com os investimentos aplicados nas unidades de pesquisa da APTA forma a avaliação de rentabilidade, o lucro social.

A indicação dos impactos sociais das tecnologias foi conduzida com base em quatro critérios: foco na pequena produção, geração de emprego, qualidade do emprego e geração de renda. Já para os impactos ambientais foram adotados os seguintes critérios: redução do uso de agrotóxicos, economia no uso do recurso hídrico e contribuição ambiental. As tecnologias que atendem ou contribuem no atendimento de três ou mais desses critérios foram consideradas socialmente e ambientalmente “fortes”, já aquelas com dois dos critérios foram apontadas com impacto social e ambiental “médio”. Para as tecnologias com um ou nenhum dos critérios foram atribuídos categorias “fraco” e “neutro” e, aquelas que desrespeitam os critérios foram classificadas como tecnologias “negativas”.

A condução da metodologia contou a formação de equipes compostas por integrantes das unidades de pesquisa, gestão e de comunicação e divulgação de C,T&I das unidades da APTA que, por meio de reuniões de alinhamento de conceitos e das etapas de trabalho, realizaram o inventário e seleção de tecnologias, as estimativas de taxa de adoção e das contribuições econômicas, sociais e ambientais. Esse caminho coletivo de coleta, avaliação e validação de informações considerou o período de 2018 a 2021 e tecnologias adotadas em território paulista e brasileiro em seus distintos recortes e realidades, contou com a colaboração dos pesquisadores líderes, representantes de organizações de produtores, lideranças, usuários das tecnologias, extensionistas e técnicos da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) e da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA).

Também, foram de fundamental importância para a coleta de informações organizadas e disponibilizadas por diferentes órgãos públicos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (COMEXSTAT), o Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação – SEADE) e o Instituto de Economia Agrícola (IEA). Cabe destacar que a experiência vivenciada com a formação de equipes e divisão de tarefas, assim como o envolvimento de diferentes áreas das unidades de pesquisa da APTA, apresenta-se como uma construção relevante na continuidade das edições do Balanço Social da APTA.

1 AVILA, A. F. D., RODRIGUES, G. S., VEDOVOTO, G. L. Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa: metodologia de referência., Embrapa Informação Tecnológica, Brasília, D.F., 2008. 189p.

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