As atividades da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, eram regulamentadas há 20 anos, a partir de Decreto do Governo do Estado de São Paulo que reorganizou a pesquisa estadual paulista. De lá para cá, muitas coisas mudaram no cenário científico nacional e a APTA e seus seis Institutos e 18 Polos Regionais foram se readequando para continuar a cumprir o compromisso de gerar e transferir tecnologias para o setor produtivo do agronegócio paulista e brasileiro, focando na vocação regional, na sustentabilidade e na produtividade. As páginas desse Balanço Social mostram que temos conseguido cumprir o que nos foi confiado.
A partir da análise de 59 tecnologias desenvolvidas pelas nossas unidades de pesquisa e adotadas pelo setor produtivo, entre 2018 e 2021, conseguimos verificar que a cada R$ 1 real investido na APTA, retornamos R$ 16,23 para a sociedade na forma de novos negócios. De forma simples e direta, esse resultado mostra para a população, financiadora de nossos estudos, que investir nos nossos projetos significa melhorar a produtividade, reduzir o impacto ambiental, disponibilizar alimentos saudáveis e mudar – para melhor – a realidade dos produtores rurais, pescadores e agroindústrias paulistas e brasileiras.
Apesar da importância dos evidentes ganhos econômicos, não podemos nos esquecer de como essas novas tecnologias auxiliam a reduzir os impactos ambientais da agropecuária. Costumo dizer que o agro brasileiro é sustentável porque a APTA entrega soluções sustentáveis, como as tecnologias para redução na emissão de metano na atmosfera pela pecuária; a transformação de dejetos de suínos em água, adubo e energia; o uso de bioinsumos na produção agrícola; e os trabalhos de incentivo aos sistemas agroflorestais. Esses são alguns dos 446 projetos científicos que temos em andamento e que estão alinhados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030 e a questões sociais, ambientais e de governança reunidas na siga ESG, tão propagada atualmente.
Todos esses resultados alcançados pelo Instituto Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), Instituto de Zootecnia (IZ) e APTA Regional são relevantes e precisam ser conhecidos de perto pelos tomadores de decisão, formadores de opinião e sociedade brasileira. Mas, é importante que o orgulho que eles nos dão, não nos acomode e nos impeça de vislumbrar mudanças para nos preparar para os desafios que a atual realidade irá impor ao setor científico e tecnológico voltado ao agronegócio.
Além das conquistas que tivemos nesses quatro anos de Balanço, as páginas a seguir também apresentam pontos que precisamos avançar, sendo um deles o incremento do nosso corpo técnico e científico, ampliando a capacidade e expertise das nossas equipes de pesquisa, em sintonia com os desafios futuros. Temos também trabalhado de forma intensa para preparar estruturalmente nossas instituições, colocando a inovação como uma de nossas atividades prioritárias. É por isso que abriremos ainda em 2022 escritórios de inovação e incubadoras de startups em São Paulo, Campinas, Santos e Ribeirão Preto, com objetivo de criar uma Rede de Inovação do Agronegócios, e, com isso, acelerar a transferência de tecnologia, colaborando com a geração de empregos e segurança alimentar.
Outro ponto importante é a realização de projetos que visem a resolução dos problemas mais urgentes enfrentados na atualidade. Incentivados e financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) nossos Institutos têm trabalhado com outras instituições científicas e empresas do Brasil e do exterior para trazer respostas aos problemas atuais enfrentados pelo agro.
Todos esses projetos, atuais ou já consolidados, são possíveis pela parceria que mantemos com as fundações credenciadas para darem apoio e suporte às nossas ações e atividades, como a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária (Fundag) e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag). Estreitar essas relações de décadas e tão positivas é uma iniciativa enxergada pela APTA como estratégica para continuarmos avançando em nossos projetos.
Com trabalho, planejamento e foco naquilo que precisa ser enfrentado para vencermos os obstáculos futuros, a APTA e suas unidades de pesquisa vão se moldando para os próximos 20, 40 e 60 anos. Queremos que as próximas edições desse Balanço Social continuem a nos encher de orgulho do trabalho realizado, mas que também elucidem mudanças de rumos que, certamente, teremos de tomar. Boa leitura!