Estudos estratégicos do ITAL permitem que os consumidores associem alimentos industrializados a qualidade, segurança, nutrição e saúde
Os alimentos são essenciais para a vida humana, mas ao passarem pela industrialização são comumente taxados de maneira equivocada como maléficos em decorrência de mitos e preconceitos disseminados em especial por movimentos ativistas a partir do início do século XXI. Esse contexto resultou, inclusive, em políticas públicas restritivas à evolução da ciência e tecnologia de alimentos como o termo “alimentos ultraprocessados”, que surgiu sem embasamento técnico-científico em 2014 através do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde.
Ciente de que os produtos alimentícios são fundamentais para um sistema alimentar saudável e sustentável, diferente do que tem sido difundido, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, tem focado seus esforços em inovações e tendências do setor ao longo da última década e, nos últimos cinco anos, em uma comunicação mais efetiva para a sociedade de ações e resultados de pesquisa, desenvolvimento e inovação da indústria de ingredientes, alimentos, bebidas e embalagem.
Uma medida importante foi priorizar o consumidor na missão institucional, atualizada no fim de 2017 para: “Contribuir para a evolução das áreas de alimentos, bebidas e embalagens através de pesquisa, desenvolvimento, inovação, assistência tecnológica, capacitação e difusão do conhecimento técnico-científico para o agronegócio, em benefício do consumidor e da sociedade”. Adicionalmente, ao comemorar 55 anos, em 30 de agosto de 2018, foi lançado o projeto Alimentos Industrializados 2030, sistematizando e ampliando ações do Brasil Processed Food 2020, iniciado em 2015.
Luis Madi durante participação no Nutri Ingredients Summit (NIS), que reuniu representantes de empresas de diferentes portes do Brasil e de alguns países da América Latina em 19 e 20 de outubro de 2021 no Transamerica Expo Center (crédito Ângullo)
Sob coordenação da Plataforma de Inovação Tecnológica (PITec) do ITAL, o AI 2030 está elaborando informações estratégicas para os consumidores sem deixar de lado empresas, entidades setoriais e órgãos governamentais, que já tinham uma relação mais consolidada com o Instituto por meio de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, conselhos consultivos e modelos associativos de suas unidades técnicas especializadas – o pioneiro foi criado em 1988.
Dentre os objetivos do projeto, estão a geração e divulgação de informações técnicas e científicas que demonstrem a importância, saudabilidade, qualidade, segurança e sustentabilidade dos alimentos industrializados e, paralelamente, a compilação e disseminação de ações e programas empresariais e setoriais que cumprem esses critérios.
Para isso, foram disponibilizados gratuitamente a primeira edição da publicação Indústria de Alimentos 2030, lançada em março de 2020, e dez estudos da Série Alimentos Industrializados 2030 entre março de 2020 e janeiro de 2022, que faz um raio-X de pães, biscoitos, massas alimentícias, pizzas, hambúrgueres, sorvetes, iogurtes, sucos e bebidas não carbonatadas, bolos e chocolates do mercado nacional.
Esses trabalhos foram difundidos por meio da imprensa e em redes sociais, mailings de parceiros e eventos como as duas edições da Anufood Brazil – inspirada na centenária Anuga, maior feira setorial do mundo realizada na Alemanha –, o congresso do Nutri Ingredients Summit (NIS) – único evento nacional técnico e de negócios focado em ingredientes saudáveis, funcionais e nutracêuticos – e visitas e atividade on-line na Semana Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campinas (SMCTIC).
“Pelos acessos aos materiais e feedbacks das reuniões com parceiros e apoiadores, das interações com a mídia, nas redes sociais e nas participações em eventos, avalio estarmos cumprindo o propósito de levar aos consumidores conhecimento embasado sobre o processamento industrial, que viabiliza o acesso seguro a alimentos nutritivos e saudáveis para as diferentes classes sociais e em todos os cantos de um país continental como o Brasil”, frisa Luis Madi, diretor de Assuntos Institucionais do ITAL, pesquisador científico do instituto há 49 anos e coordenador do projeto AI 2030, que tem ainda como frentes de atuação o desenho de programas de incentivo à inovação tecnológica nas áreas de saúde, nutrição e sustentabilidade e o apoio técnico para ações da indústria de alimentos e bebidas não alcoólicas.
“O ITAL nos fornece dados elaborados por pesquisadores, com domínio dos aspectos científicos e tecnológicos, relacionados às ações transformadoras da indústria que confrontam mitos e preconceitos sobre os produtos industrializados junto aos fabricantes e consumidores. E cada segmento representado pela ABIMAPI ganha sua própria temática a fim de transmitir informação confiável, contribuir com a saúde pública e ressaltar a importância dos alimentos desenvolvidos nas fábricas brasileiras que possuem qualidade nutricional e segurança a um preço acessível.”
Claudio Zanão, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), instituição com 114 associados que detém cerca de 80% da produção nacional do setor (crédito Abimapi).
“O ITAL é um parceiro fundamental da indústria de alimentos e da Cargill há muitas décadas. O projeto Alimentos Industrializados vem demonstrando com publicações e plataforma exclusivas a importância da tecnologia de alimentos, da pesquisa e inovação para o desenvolvimento de produtos seguros, nutritivos e sustentáveis.”
Amanda Poldi, líder de Assuntos Científicos e Regulatórios Latam da Cargill, presente em 147 municípios de 17 Estados brasileiros e no Distrito Federal (crédito Cargill).