Iniciativa de grande auxílio ao produtor paulista agora serve de modelo também para o Tocantins
Projeto realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, elabora cálculos para determinar os custos de produção na cultura da seringueira. O acesso às planilhas permite que o produtor tenha maior controle da plantação e previsibilidade de gastos, refletindo em maior sustentabilidade econômica do negócio.
“Esse trabalho abrange as regiões produtoras do Estado e é um indicativo do custo de produção médio. É usado na tomada de decisão, tanto dos produtores em relação a vários assuntos, mas também para a formulação de políticas públicas”, diz a pesquisadora do IEA, Marli Dias Mascarenhas de Oliveira.
Marli conta que o sucesso alcançado junto aos heveicultores paulistas chamou atenção da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Aquicultura do Tocantins (Seagro), que entrou em contato com a equipe do IEA para replicar o projeto no Estado. “Como é uma cultura um pouco mais recente no Tocantins, tanto os produtores quanto o governo não tinham nenhuma referência a respeito de quanto custa plantar e produzir o coágulo nos diferentes sistemas de produção existentes”, informa a especialista. Ela relata que foi, então, elaborado um protocolo de Cooperação Técnica que deu origem à parceria entre Seagro-TO e APTA, por meio do IEA e da APTA Regional de Colina, representada pela pesquisadora Elaine Gonçalves. O projeto foi submetido a um edital do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de apoio à produção florestal na região amazônica, e contemplado com financiamento do órgão federal.
“O trabalho prevê, além da construção das planilhas e dos cálculos de custo de produção, de acordo como é desenvolvida no estado, o estudo dos preços, da produtividade e da rentabilidade do produtor. Prevê ainda a realização de workshops entre os produtores, para divulgação não só dos custos de produção, mas da importância da gestão de custos nas propriedades”, completa Marli.
“A parceria surgiu de uma missão técnica que levou alguns produtores do Tocantins para um tipo de intercâmbio, para conhecer uma região produtora de SP”, conta Arlete Leite, engenheira florestal da Seagro-TO. Ela diz que o encontro gerou muito interesse e surgiu a ideia de se fazer um outro evento, no Tocantins, quando se começou a construir o termo de cooperação técnica.
“Nós fizemos oficinas com os produtores daqui, visitamos propriedades para conversar com eles e saber quais são os custos. Rodamos o Estado inteiro e depois voltamos a São Paulo, onde ficamos uma semana trabalhando com as pesquisadoras Marli e Elaine e aprendemos o que são realmente os custos e como são feitos os índices”, pontua.
A engenheira florestal aponta que o projeto permitiu identificar quais são as deficiências na produção de seringueira no Tocantins, e agora o foco é a busca por soluções. “É uma parceria bastante gratificante, que já está trazendo muitos benefícios para a heveicultura do Estado”, finaliza Arlete.