Uma causa social, feijão alimenta também importante segmento do agro

01. Erradicação da pobreza
02. Fome zero e agricultura sustentável
03. Saúde e bem-estar
04. Educação de qualidade
05. Igualdade de gênero
06. Água limpa e saneamento
07. Energia limpa e acessível
08. Trabalho de decente e crescimento econômico
09. Inovação infraestrutura
10. Redução das desigualdades
11. Cidades e comunidades sustentáveis
12. Consumo e produção responsáveis
13. Ação contra a mudança global do clima
14. Vida na água
15. Vida terrestre
16. Paz, justiça e instituições eficazes
17. Parcerias e meios de implementação
Novas cultivares IAC diversificam tipos de feijão e fomentam a abertura de novos mercados interno e externo

O feijão alimenta milhões de brasileiros diariamente. Por matar a fome, para muito além de um segmento econômico, o feijão é uma causa social. Em São Paulo, o reforço para esta que é a maior fonte de proteína vegetal no prato da população continua nas pesquisas do Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, com a atualização constante das cultivares de feijão, cada vez mais modernas, com características que atendem às necessidades dos agricultores e da indústria e aos desejos dos consumidores.

Marcelo Eduardo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE), que atua há 28 anos no mercado de feijão, elogia os lançamentos feitos pelo IAC em 2021. “São feijões gourmet, que podem ser exportados, mas atendem também o mercado interno e rendem 4.800 quilos por hectare”, diz.

Ele comenta que, até os lançamentos do IAC, não havia no Brasil o Navy beans, que é consumido na Europa e nos Estados Unidos. Lüders destaca também o feijão IAC vermelho graúdo, que antes só havia na Argentina e nos Estados Unidos e o Brasil passou a ter com o lançamento do IAC. “O impacto desses feijões não veio direto no bolso do produtor em 2021, mas virá já em 2022 porque as sementes serão disponibilizadas”, avalia.

A cultivar IAC 1849 Polaco tem grãos creme com listras de coloração marrom claro

Multiplicação de sementes em campos autorizados

Dentre as áreas autorizadas para multiplicação de sementes em diferentes categorias, o feijão tipo carioca representa 30.719 hectares, em 779 campos autorizados de produção de semente, de 2009 a 2021. Somado aos tipos vermelho, bolinha e branco, totalizam 36.068 hectares, em 993 campos autorizados de sementes.

O Paraná lidera as produções, com 371 campos autorizados no período, seguido por Goiás, com 302, Minas Gerais, com 147, Santa Catarina com 94, e São Paulo, com 44. “Destaca-se o maior número de autorizações para o tipo comercial carioca devido ao alinhamento do Programa às demandas da cadeia produtiva de feijão brasileiro”, comenta a pesquisadora do IAC, Luíza Capanema.

IAC Veloz

O ciclo de 75 dias deste novo feijão preto IAC é importante característica para o setor. Esse perfil é raro no mercado nacional de feijão preto e contribui bastante para as regiões onde é feita a rotação da cultura com milho e soja, como no Mato Grosso e no Paraná, onde apresentou ciclo de 75 e 80 dias, respectivamente. Em geral, os ciclos são de 90 dias. A redução do período em que a planta permanece no campo faz muita diferença para o agricultor, sobretudo onde há irrigação.

A produtividade da IAC Veloz é alta, atingindo a média de 2.725 quilos, por hectare, na época de semeadura das águas, 2.012 quilos, na da seca e 3.035 na do inverno. “O grão é preto achocolatado, exatamente como o mercado precisa que seja; após cozimento eles se mantêm inteiros e a casca é fina”, explica Sérgio Augusto Morais Carbonell, pesquisador do IAC. Outra característica importante para o consumidor é o teor de proteína, que na IAC Veloz é de 21%.

Resistente à antracnose e tolerante à murcha de fusarium, a IAC Veloz proporciona a redução do controle químico em torno de 20%.

O grão é preto achocolatado, exatamente como o mercado precisa

IAC 1850

A cultivar tem alta produtividade e grãos com excelente aceitação de mercado, tanto pelo tamanho, quanto pela tolerância ao escurecimento. Esse perfil é de grande interesse para a indústria empacotadora.

O novo carioca deve agradar também aos consumidores por apresentar excelente qualidade de grãos e de caldo, que é espesso e claro, além do teor de proteína de 21%, dentro da média dos materiais existentes no mercado. “O consumidor de feijão prefere o grão mais claro, com caldo também mais claro e que mantenha esse aspecto por maior tempo”, diz o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato.

A IAC 1850 é resistente às principais raças da antracnose e tolerante à murcha de fusarium, viabilizando a redução do uso de produtos químicos em torno de 20%.

IAC 2051

A cultivar IAC 2051 foi desenvolvida com o objetivo de atender às exigências do consumidor, que busca por grãos claros e de rápido cozimento, com qualidade de caldo e sabor. A IAC 2051 cozinha em cerca de 30 minutos e seu teor de proteína é de 20%. Apresentou a maior produtividade de grãos, chegando a 4.250 quilos, por hectare, além de tolerância ao escurecimento dos grãos e às principais doenças.

“Comercializada em 2021, a cultivar IAC 2051 corresponde ao desenvolvimento da 51ª cultivar de feijoeiro, representando assim a 14ª geração do feijão carioca”, explica Chiorato. O feijão tipo carioca foi desenvolvido na década de 1970 e hoje engloba ao redor de 66% do mercado nacional, seguido de 15% do feijão preto.

Marcelo Eduardo Lüders

“O IAC continua surpreendendo nas pesquisas de feijões como o carioca e o preto. A precocidade, a produtividade e a perda lenta de cor têm atingido objetivos que vão na medida em que os produtores conseguem trazer bom impacto econômico. Esses feijões permitem que o produtor possa optar em comercializar imediatamente ao colher ou, se for estrategicamente interessante, comercializar quando o mercado estiver com maior demanda, fora do pico da colheita. A precocidade do IAC Veloz e a boa arquitetura, aliada ao bom desenvolvimento radicular, têm enfrentado com bons resultados o clima hostil da região Sul do país nos últimos anos.”

Marcelo Eduardo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE).

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